As verdadeiras vítimas e os falsos vitimados
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As verdadeiras vítimas e os falsos vitimados

Por Gilson Aguiar em 25/06/2021 - 08:59

O mundo tem suas vítimas, não há dúvida, são muitas. Elas são agredidas, sofrem rejeição, marginalizadas e humilhadas, merecem respeito. Mas nem todos os vitimados merecem o rótulo. Alguns se colocam nesta condição sem merecer. Pegam um puxadinho do benefício dado aos que sofrem agressão e se colocam na condição de agredidos sem ser.

A chamada vitimização abraça muitos falsos réus. Aqueles que reivindicam um tratamento diferenciado porque julgaram pelos seus próprios critérios o direito a exceção. A imaturidade de não encarar a parcela de sua culpa e perceber que a situação que se encontram é fruto de cumplicidade. Esta postura demonstra um outro problema grave na sociedade atual, a infantilização.

Tendência de se colocar como um ser pequeno diante das questões que necessitam maturidade. A capacidade de perceber que a frustração faz parte da existência e é condição na relação com outras pessoas. Nem tudo o que queremos conseguimos. Não temos o mérito sempre e nossos desejos não devem ser sempre atendidos.

Dentro de si, os infantilizados e vitimados, veem crescer o problema. Muitas vezes o inflacionam e desenham o possível de ser resolvido e transferem a solução para outras pessoas. A lógica tola do “resolva por mim”. Não por acaso se defende a necessidade de compreender os outros. Os infantis e vitimados se sentem sempre incompreendidos.

Não podemos compactuar com este tipo de conduta. A sociedade precisa resolver o problema das verdadeiras vítimas. Esta tendência de se ganhar popularidade com a inclusão de pessoas que não merecem a relevância que exigem acaba desgastando os temas relevantes. Se rebaixa a profundidade do problema para colocar os que não tem mérito no benefício merecido.

Temos que elevar os temas e discutir com profundidade os méritos. Ou fazemos isso ou teremos um número imenso de falsos beneficiários e um grupo de indolentes precários sendo vistos como pessoas de mérito. A vida não é um playground e por isso, precisamos separar os que merecem cuidados daqueles que não são capazes de cuidar de si mesmos.

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