Reunião fala da campanha “Conte até 10”, que visa prevenir os crimes por impulso
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Cascavel

Reunião fala da campanha “Conte até 10”, que visa prevenir os crimes por impulso

Por Redação em 03/08/2022 - 11:00

Idealizada pelo Ministério Público do Paraná, a campanha “Conte até 10” foi um dos temas da reunião pública promovida pela Comissão de Segurança Pública e Trânsito (CSPT) no Plenário da Câmara, na manhã desta quarta-feira (03). Formada pelos vereadores Policial Madril (PSC), Pedro Sampaio (PSC) e Sadi Kisiel (Podemos), a comissão reuniu entidades e autoridades para debater a prevenção aos crimes cometidos por impulso.

“Hoje há muita intolerância. Parece que, depois da covid, por qualquer coisa as pessoas estão indo ao extremo. E a gente sabe que tudo tem que começar pelo diálogo”, disse o presidente da comissão, Policial Madril, ao abrir a reunião resumindo a preocupação da sociedade com o aumento dos crimes violentos. Além dos vereadores da CSPT, também marcou presença a vereadora Beth Leal (Republicanos), segunda secretária da Câmara.

Compuseram a mesa coordenadora, junto com a comissão, os promotores Guilherme Carneiro de Rezende e Alex Fadel, que apresentaram a ideia da campanha ao Legislativo. Além deles, participaram do encontro a psicóloga Karen Romeo, do Ministério Público, o juiz Phellipe Müller, diretor do Fórum, o delegado Fernando Zamoner, da 15ª Subdivisão da Polícia Civil, o tenente coronel Jorge Fritola, comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar, o sargento Jorge Pinheiro, chefe da 7ª Ciretran, Simoni Soares, presidente da Transitar, e os secretários municipais Pedro Fernandes de Oliveira (Segurança Pública), Misael Pereira de Almeida Júnior (Cidadania, Proteção à Mulher e Política sobre Drogas), Hudson Moreschi (Assistência Social), Jeferson Lobo (Comunicação) e Jorge Tranin, representando o secretário Miroslau Bailak (Saúde).

A sociedade civil foi representada pela Acic, com o presidente Genésio Pegoraro e o vice Siro Canabarro, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com a representante da Subseccional advogada Alyne Sabadin Gaspar, a Universidade Paranaense (Unipar), com o diretor administrativo Gelson Uecker, o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), com o presidente Mauri Barbosa, e a Maçonaria, com o presidente do Conselho de Mestres Instalados Carlos Tanuri Mendes.

Outro tema da reunião, que tomou a maior parte do tempo e das falas, foi a necessidade de se desenvolver ações e políticas públicas de proteção, apoio e assistência às vítimas de crimes graves e seus familiares. “A vítima de um homicídio, umas das 60 mil por ano no Brasil, vira apenas um número, uma estatística. Para o sistema de justiça, ele vira um amontoado de papel, um laudo necroscópico, um atestado de óbito, um conjunto de informações que podem ajudar na condenação de seu algoz. Qual era o seu nome e quais eram seus planos? Quem são seus familiares? Numa sociedade minimamente civilizada, nós temos sim que nos preocuparmos com o réu. Mas não podemos esquecer que do outro lado está a defesa da vítima, e ela não pode ser esquecida, assim como seus familiares”, afirmou o promotor Guilherme Rezende.

Por sua vez, a psicóloga Karen Romeo apresentou dados sobre os homicídios. Só no ano de 2015, conforme um mapa mostrado por ela, o Brasil sozinho teve 59 mil homicídios, o que equivalia à soma dos números de EUA, Canadá, toda a Europa, norte da África, Rússia, China e Austrália. Em 2019, a taxa de homicídios em nosso país (21,4 a cada 100 mil habitantes) foi três vezes maior que a média mundial, que é de 6,9 por 100 mil habitantes. O município de Cascavel teve, no mesmo ano, mais que o dobro da média mundial, com 14,9 homicídios para cada 100 mil habitantes. “O homicídio tem consequências catastróficas e desestruturadoras na vida de uma família”, contou a profissional, que atua no Ministério Público do Paraná e relatou os impactos na saúde dos familiares das vítimas.

Em sua fala para apresentar a proposta da campanha “Conte até 10”, o promotor Alex Fadel citou a onda de crimes de homicídio que tomou a cidade nos últimos meses. “Nenhuma daquelas pessoas saiu de casa pensando: ‘hoje vou cometer um homicídio’. Por uma gota d’água, a pessoa explodiu. Uma ombrada, um xingamento no trânsito, uma furada de fila. Como foram todos gravados em vídeo e as pessoas tiveram acesso, a gente percebe ao assistir como é fácil matar alguém. Esse ‘Conte até 10’ era uma campanha antiga, de 2012, que teve uma quebra de continuidade. Mas foi a dra. Mariana, da Polícia Civil, que me chamou a atenção e disse que estava na hora de retomar a campanha, porque as pessoas estão se matando no drive thru da lanchonete”, relatou ele.

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