Na noite desta segunda-feira (18) a Frente Parlamentar Estatais e das Empresas Públicas, realizou a primeira audiência pública sobre a privatização da Copel, após a aprovação da venda de parte das ações, realizada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) em novembro de 2022. Coordenada pelo deputado Arilson Chiorato (PT), a reunião trouxe representantes da Copel, de entidades de classe, deputados da oposição e representantes da sociedade.

Para o deputado estadual Requião Filho (PT) é necessário estender a discussão para além das audiências com entidades interessadas e expandir para toda a sociedade o que o conceito de privatização pode trazer como consequência.

A proposta elaborada pelo governo estadual e aprovada no ano passado prevê a redução da participação do Estado no controle da empresa de 31% para um “porcentual não inferior a 15%”, o que deve levar a companhia a se tornar “capital disperso, sem acionista controlador”. Na prática, a privatização da empresa. De acordo com a oposição, esta será uma forma de encarecer a energia elétrica no Paraná.

Já o governador Ratinho Junior, disse durante a sua diplomação no ano passado, que a privatização da Copel é um avanço, já que as estatais não conseguiriam acompanhar os investimentos necessários para tornar a empresa a maior do Brasil no setor.

O governo aguarda agora a análise do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) sobre a renovação das concessões de Salto de Caxias, Segredo e Foz do Areia, para a Copel. Isso levará a oferta de ações secundárias para obter os recursos para pagar os cerca de R$3,72 bilhões pelas concessões das hidrelétricas. Junto a isso, a companhia já conseguiu superar a situação envolvendo um entrave com o banco Itaú e pode ter o processo de vendas de ações na bolsa e concretização da desestatização no segundo semestre do ano.
Como resultado da audiência pública, a frente parlamentar encaminhou um de pedido de audiência com o presidente Lula sobre o tema. Além disso, um abaixo-assinado com 40 mil assinaturas contrárias a privatização foi coletado e deve ser entregue junto ao pedido de revogação do decreto publicado por Bolsonaro que inclui as usinas hidrelétricas do Paraná na privatização.

Por Marinna Prota