Você conhece os adolescentes?
Sim, a forma como conduzem suas vidas e a maneira como trabalham seus conceitos e valores? Como garimpam seus interesses no dia a dia e se dedicam a eles constantemente?
As pessoas deveriam conhecer melhor com quem lidam. Eles, os adolescentes, tem seus atos de libertinagem, seus pensamentos perniciosos e uma mente criativa. São capazes de constituir um significado deturpado pelo prazer de julgar o que não conhecem, na mesma proporção que são brilhantes em muitas análises.
Eles são como qualquer pessoa, contudo em transformação.
O mal começa em casa.
Acabam por se tornarem frágeis pela própria conduta dos que os educam, principalmente os pais, que na ânsia de “protegê-los”, lhes fazem um mal maior. Temerosos do que vão ser, temem o que vão aprender.
Há pais que se acovardam diante de um aprendizado que desconhecem. Teme que os filhos possam saber sobre coisas que desconhecem e perderem a autoridade que se mantém sustentada na ignorância.
Eles deveriam aprender também. Censuram por considerarem que ter filhos não é preparar um ser humano para a vida, mas construir uma “vida” para os filhos. No fundo, muitos pais temem sua própria limitação.
A vida é a experiencia de viver.
A vida e as experiências que temos dela nos constroem. Seja na frustração ou na satisfação com o que vivemos, o aprendizado está no significado que damos. Quanto mais repertório temos para avaliar o mundo temos uma compreensão e capacidade de ação mais apurados.
Logo, meus caros pais, não temam o que seus filhos aprendem dentro de um currículo escolar, apenas os preparem para respeitar o contraditório que faz parte da vida, as inúmeras visões e versões que a vida nos dá.
O que se aprende na escola deve ser estimulado e não censurado, principalmente por quem desconhece o conteúdo do que se educa.