Uma pesquisa da Robert Half com 1.500 executivos mostra que o home-office veio para ficar. Se não em sua forma plena, o híbrido deve ser uma permanência nas empresas. Algumas já se preparam para a redução de espaço e também a transformação do ambiente profissional em algo próximo ao que se tem na vida doméstica.
Depois de um ano de pandemia, a grande maioria das pessoas que estão em home-office já conseguem fazer um balanço dos benefícios e malefícios da forma de trabalho. Muito ainda se tem que adequar para que seja produtiva a nova forma de trabalho.
A relação com os parceiros de trabalho ainda tem que ser afinada. O processo de integração e avaliação de resultados tem que ter uma participação mais sensível das pessoas. Muitos descobrem que a relação presencial do trabalho gera mais incentivo e comprometimento.
Outro dado importante, empresas mais horizontais na relação se adaptam melhor. As que têm menos chefes e mais parceiros de setor e projetos têm mais produtividade no home-office. Os líderes principalmente tiveram que se reinventar e terão que repensar suas práticas neste novo modelo.
O lado frágil da questão
Nem tudo é um mar de rosas no home-office. Há obstáculos a serem superados. Um deles, segundo a pesquisa, é a adaptação à condição de trabalho. Não podemos esquecer que temos uma geração inteira migrando para um novo ambiente de trabalho. Elas conviveram muito tempo com um espaço onde se encontravam fisicamente com seus parceiros, seus líderes e aprenderam a separar nos ambientes as funções.
Logo, para muitos, não é tão fácil a adaptação. Por isso, há resistência, estresse e depressão para uma parte dos trabalhadores em home-office. Segundo dados da Robert Half, 52% dos entrevistados que estão com o trabalho remoto dizem que tiveram piora na relação e acomodação do trabalho dentro do ambiente doméstico. 32% apontam o desequilíbrio mental, 16% por falta de feedback e orientação de gestores e 10% consideram que o espaço físico, em casa, não é adequado para o trabalho.
As empresas precisam estar atentas a isso. Gerar confiança no vínculo de trabalho é outra preocupação. Quem está em home-office se torna alguém distante do espaço de pertencimento. Logo, por mais que seja apenas uma sensação, acaba por temer a facilidade do desprendimento, da ruptura.
A jornada é longa para nos adaptarmos, mas é necessária. Uma nova relação de trabalho emerge para uma parte dos trabalhadores brasileiros. Contudo, não para sua grande maioria, afinal, estamos falando de 7,9 milhões de profissionais em home-office. Lembrando que o país tem mais de 93 milhões de pessoas em atividade formal ou informal.