Porque as pessoas não são o que a gente pensa.

As pessoas nunca estão lá. Criamos esperanças, expectativas, mas nem sempre elas se realizam, porque as pessoas não estão lá. Mas, lá a onde? No lugar que nós desejamos. Sim, nós sempre estamos esperando que as pessoas se comportem como nós queremos. E elas não têm a obrigação de fazer isso.

Criamos expectativas de que tudo ocorra como nós queremos, quando não ocorre da maneira que pensamos, nos frustramos. Culpamos os outros em grande parte, mas deveríamos estar mais preocupados em conhecer melhor quem as pessoas, os outros. 

Há uma diferença entre defendermos os nossos interesses e considerar que as pessoas devem agir para atendê-los. Os outros tem seus interesses também, e vão lutar o quanto podem para realizá-los. E é na medida em que os interesses convergem para algum ponto, é nele que podemos contar com a presença do outro.

Não é ser egoísta, mas é saber que está por conta.

Contudo, isso não significa egoísmo. Há que se preocupar para que nossos atos não firam as outras pessoas. O comportamento ético é necessário em uma sociedade que estimula o benefício pessoal e despreza as consequências sociais. 

O que argumento, é a esta dependência que geramos em relação a existência de outra pessoa para que tenhamos um significado em nossa vida. O quanto atrelamos a nossa realização pessoal ao reconhecimento do outros do que somos ou fazemos. É preciso autonomia.

Ser em si, e agir na busca de construir uma trajetória que é nossa. Ninguém fará o caminho de nossa existência por nós. Por isso, é sempre bom pensar para onde se deseja ir o caminho que se quer traçar.