Olhe mais além do horizonte

Acabei de ler uma entrevista da economista francesa Esther Duflo. Ela ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2019. Uma de suas pesquisas e causa que move sua vida profissional é a defesa de políticas econômicas e sociais que reduzam a desigualdade econômica no mundo. 

Ela esteve no Brasil esta semana e considera que é preciso taxar as empresas mundiais e o seleto grupo dos mil homens mais ricos do mundo. Criar fundos internacionais para conter a miséria no Planeta, fazer investimentos em regiões de risco social e que foram vítimas de catástrofes, como no Rio Grande do Sul.

Sempre é bom acalmar o coração e o bolso dos que têm as maiores rendas em nosso Estado que não fazem parte dos que estão entre os mais ricos do Mundo. Porque sempre há o temor de que qualquer defesa de aumento de impostos sobre os mais ricos gera um alvoroço do falso liberalismo. 

Porém, segundo Duflo, o dinheiro acumulado pelas empresas mundiais é um dinheiro mundial. E a condição de riqueza é gerada pelas economias internacionais e suas condições de integração. Há que se ter noção de que os Estados Nacionais são cada vez mais limitados em sua atuação para conter os rumos da economia, veja o governo brasileiro na atualidade.

Nem todo mundo é empreendedor

Outra coisa que a economista considera é a ideia de que todos somos empreendedores e de que podemos mudar nossas vidas com um empreendimento. Para a economista francesa não há este potencial em todos e nem todas as economias são favoráveis a empreender. O fracasso de muitas empresas está na política e na cultura econômica das nações. 

Enfim, esse mundo terá que resolver esta desigualdade enquanto mundo. Não é só uma questão regional. Sempre é bom entender que estamos em uma economia planetária e tempos de eleições municipais. As prefeituras podem muito, mas estão dentro de um ambiente regional e internacional que as determinam muito. 

Só para não deixar de falar, Esther Duflo fala sobre a preservação ambiental. Ela considera que hoje, os mais pobres são os que menos afetam o meio ambiente e são os que mais sofrem a miséria e os problemas que isso causa, já, segundo ela, os mais ricos, agridem mais a natureza e sofrem menos. E isso, não é justo.