Na sessão desta terça-feira (19/10), o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade, reformou decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e cassou os diplomas do deputado estadual Everton Marcelino de Souza, o Subtenente Everton, e do suplente de deputado federal Antonio Carlos da Silva Figueiredo, ambos do PSL-PR.
Eleitos em 2018, eles foram acusados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), a partir de denúncia de um eleitor, de captação e gastos ilícitos de recursos naquele pleito.
Segundo a denúncia, eles receberam doação de campanha por parte da Associação dos Militares da Reserva, Reformados e Pensionistas das Forças Armadas do Paraná (Asmir-PR), pessoa jurídica, o que configura conduta vedada pela legislação eleitoral, que proibiu o financiamento eleitoral por parte de instituições privadas.
Em nota enviada à imprensa, o deputado diz que entende como injusta a decisão do TSE.
Confira a nota:
Nota aos Paranaenses
Na noite desta terça-feira (19/10), o Tribunal Superior Eleitoral decidiu cassar meu mandato. O motivo de tal decisão foi o fato da Justiça Eleitoral entender que a manifestação de uma associação de militares da reserva em pedir apoio e votos nas eleições de 2018 à minha candidatura a deputado estadual, sem o meu conhecimento, foi atitude grave que mereceria repreensão com a perda do mandato.
O Tribunal Regional Eleitoral havia entendido que não havia lesividade suficiente para desequilibrar o resultado das eleições e acertadamente decidiu que a pena de perda do mandato seria desproporcional e demasiadamente grave. Contudo, o Ministério Público entendeu por recorrer da sentença.
Entendo injusta a decisão do TSE, pois fui punido por uma situação fora do meu controle e sem que tivesse conhecimento do modo como a referida associação de militares pensou em como me apoiar. Confesso que fiquei estarrecido com o resultado de ontem. Primeiro porque minha campanha custou pouco mais de R$15 mil, fruto de doações de amigos, apoiadores e economias pessoais, sendo a mais barata dentre os deputados estaduais eleitos. Segundo, porque o entendimento do Ministério Público e do TSE de que houve abuso de poder econômico em razão de um informativo de meia dúzia de páginas de uma associação de militares aposentados, feito sem meu conhecimento, teve o poder de desequilibrar as eleições, é completamente desprovido de qualquer razoabilidade.
Não recebi um único centavo de fundo partidário ou fundo eleitoral na campanha de 2018. Trabalhei com afinco para tentar me colocar à disposição dos paranaenses e exercer um mandato digno, voltado para as pessoas.
Ontem, entendi que o TSE decidiu punir uma campanha sem recursos. Os princípios constitucionais da proporcionalidade, razoabilidade, isonomia e equidade, foram simplesmente rasgados. Mas, decisão judicial se cumpre e como bom militar vou me resignar e obedecer, mesmo que seja uma decisão injusta.
Saio da vida pública de cabeça erguida, feliz por ter conseguido aprovar leis importantes para as pessoas com deficiência e em ter defendido a primeira infância: A lei 20371/2020 que determina prazo de validade indeterminado o laudo médico de diagnóstico do autismo, que ajudou milhares de famílias; A lei 20443/2020 que instituiu cotas de ingresso nas universidades estaduais para as pessoas com deficiência para garantir acessibilidade às pessoas que mais precisam de formação; A lei 20671/2021 que amplia o teste do pezinho para garantir detecção precoce de doenças que afligem as famílias; dentre outras leis importantes e centenas de projetos de lei, requerimentos e indicações.
Saio ciente de que pude contribuir para melhorar a vida de pessoas que são completamente esquecidas pelo poder público. O trabalho do mandato está documentado e fundamentado em pautas direcionadas às pessoas mais vulneráveis da sociedade. Aproveito para falar que a missão da inclusão, da luta em prol das pessoas com deficiência se tornou além da vida pública, é de vida.
Deus sabe o que faz e é bom o tempo todo! Vida que segue!