Invisibilidade social
Você considera que há pessoas invisíveis. O termo pode parecer irônico ou fantasioso, mas elas existem. Pessoas que não são notadas, passam despercebidas, carecem de direitos básicos, vivem literalmente à margem das condições sociais mínimas. O que se convencionou chamar na Sociologia de invisibilidade social.
Os índices que apontam aos riscos e problemas sociais recaem de forma desastrosa sobre esta população. Eles são de baixa renda, desprovidos de saneamento básico, moradia muitas vezes, se tem, não são dignas. Famílias com pouco acesso a alimentação, com condição de saúde precária. Enfim, o mal se instala de cabo a rabo.
No Brasil, o número de pessoas que estão na invisibilidade chega a três milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que representa 2,6% da população brasileira. Pessoas que sequer tem certidão de nascimento.
Para ser cidadão é preciso existir
Se fala em cidadania, mas para se exercê-la é preciso existir. E quanto se fala em existir, estamos falando juridicamente, de forma legítima, com direitos reconhecidos. A condição de invisibilidade social em um país marcado por um histórico de violência e desigualdade não é fácil. Aliado a esta condição ainda há o preconceito, a discriminação.
Lute pelas pessoas tem direito a existirem. Temos que defender a dignidade humana através do respeito a existência legal e legítima das pessoas. Por não serem notadas, não serem consideradas, a condição de marginalização se agrava. O mínimo serviço de assistência social se torna difícil.
Precisamos colaborar para que a invisibilidade social acabe. No dia a dia, cruzamos com pessoas que estão nesta condição e ignoramos. Há momentos em que se teme a aproximação das pessoas como se elas fossem um risco.
Temos que orientar quem está à margem e carece da condição mínima de existência, a condição legal, legítima da existência social.