Estamos diante de uma série de problemas que afetam cada um e todos ao mesmo tempo. Lá, naqueles dias que você busca uma solução, angustiado, sem saber direito o que fazer, se espera que uma voz amiga, alguém venha a te apontar o melhor caminho. Que bom se uma mente brilhante e salvadora viesse nos dar a resposta que precisamos. Se estivermos à beira do abismo, quem precisa de um empurrão?
Isto pode parecer irônico, mas a tal ajuda do próximo não pode vir em forma de resposta ou escolha que depende de nós. Muitas vezes, a tal ajuda, o “empurrãozinho” pode nos jogar no abismo.
Melhor ter ao lado que nos ajude a entender onde estamos e quem somos. Mais saudável uma descoberta amarga que tire de dentro de nós o remédio. Não há solução que venha de quem não seja o senhor da dor e único que pode descobrir a cura.
Não é empurrão que nos salva do limite entre o equilíbrio e a queda. Sim a mão que segura para que possamos permanecer em pé.
Nestes tempos de aflição, nos sentimos perdidos e procurando um sentido. Olhamos para o lado e a busca de um caminho que a grande maioria siga. Estamos dispostos e prontos a adotar um valor que venha de tantos outros que por serem muitos parecem estarem certos. Será?
A existência é intransferível. Rodeados de tantos outros, vivemos uma solidão saborosa. Ela é que nos dá a dimensão e sentimento da particularidade fantástica que comprova nossa existência, única e intransferível. Sei que muitos adorariam transferir o peso de viver para as costas de um outro e se aliviar. Como sentir o alívio se não queremos sentir o peso?
Logo, não tem como transferir a vida. Ela é a sua comprovação de que a vida lhe pertence. Se quer ajuda, busque a mão que não te guia apontando a direção, mas aquela que demonstra a dimensão de quem você é e te ajude a fazer suas escolhas.