Enquanto assistimos a violência gratuita ou movida por ódio ao longo da história e também em nossos dias, quase nos convencendo de que isto é natural, o passado nos mostra bons exemplos.
Um deles vem da Albânia, território de população muçulmana, a cultura do país tem um código de honra, o de respeitar o hóspede. Proteger o visitante, o estrangeiro, a qualquer custo, o Código Besa.
Esta peculiaridade albanesa se mostrou intenso e capaz durante o período da Segunda Guerra Mundial. Um pouco antes do conflito milhares de judeus fugidos da Itália e Alemanha se refugiaram no país. Lembrando que estamos falando de uma nação com maioria muçulmana.
A diferença história entre as duas religiões, a cultura que colocou historicamente os dois povos em posições opostas, não foi critério nem medida para propagar a violência.
Isto que os albaneses fizeram se chama civilidade. O que nos distingue da ação instintiva e animalesca. Esta prática histórica que se consolida ao longo do tempo e que temos que desenvolver e ter como identidade de um povo.
Nos esquecemos que muito do que assistimos no Brasil nos últimos anos é a falta desta civilidade. E vale lembrar, ela não é resultado da educação formal, dos bancos de escola, do longo período de uma vida acadêmica.
O culto as boas práticas vêm da construção diária da vida. Do cotidiano costumeiro que se coloca na vida como um sentido de agir que dá significado ao que nós somos. A maneira como observamos o outro, a alteridade que se constrói na prática.
Precisamos exercitar mais os bons hábitos. Divulgar o comportamento educado, a prática da boa ação, demonstrar o valor que tem a vida e de onde se origina um ambiente de paz contribui para reduzir a violência.
Quem pratica a agressão justificando a busca da paz não conseguirá o seu objetivo. Apenas irá propagar cada vez mais violência utilizando uma linguagem de agressão que sempre será respondida da mesma forma.