Entre bandidos e mocinhos

Eu abro os noticiários e há sempre a personificação do bem e do mal. Há sempre um rosto que se traduz na salvação ou maldição da vida. A pessoa que se quer bem e aquele à que todos querem apedrejar.

E o engraçado que tem um pessoal que torce por um lado e outro que torce pelo outro. O mudo está dividido, aparentemente, em duas partes. Você já deve ter sido questionado sobre qual lado você está.

Esta superficialidade ajuda a uma grande parte das pessoas a tocarem a vida. Compreenderem a lógica da existência. Para os seres humanos que fogem do diabo e tentam ficar mais perto de um “deus” não outra coisa a ser feita se não agredir. Exterminar o “malfeitor”.

Eles estão por todos os lados

O mais interessante é que os bons e os maus são definições que estão por todos os lados. Na TV, nos programas sensacionalistas, tudo se resumo no mal caráter, naquele que deseja fazer o mal por ver prazer nisso.

As pessoas de bem são sempre pegas de surpresa, vítimas absolutas. Elas vivem em paz até que um “bandido” lhes tire o sossego.

Ao final, o apresentador do programa banhado em sangue, que por sinal tem uma imensa audiência dos expectadores que são como vampiros, se alimentam do sangue alheio, prega o extermínio dos agentes do crime.

Quando vamos ver o outro lado?

Há um outro lado, há uma complexidade maior do que esta superficialidade que facilita uma compreensão distorcida da realidade.

Ao eliminarmos a verdade em toda a sua dimensão e simplificarmos uma lógica para o entendimento das coisas, estamos violentando o mundo e criando pessoas violentas. Estamos empobrecendo a compreensão e comprometendo o posicionamento e a decisão das pessoas diante desta realidade.

Não se deixe levar pelas aparências. Não reduza a compreensão da vida a um simplismo lógico. Há muito mais que isso na convivência e nas relações do dia a dia. Somente o entendimento da dimensão real da vida que vivemos pode nos levar a um lugar melhor.