A arte é reflexão e não a banalização.
As pessoas perderam o censo da realidade ou o espetáculo se confunde com a vida? A arte sempre buscou imitar, interpretar e reinterpretar a vida, uma contribuição magnífica para refletirmos a realidade. A produção literária, cinematográfica, a pintura e a escultura sempre foram de uma importante singular para refletir a vida. Isso, não há dúvida.
Mas, o que estamos vivendo vai na contramão desta lógica. Estamos confundindo o espetáculo com a vida real e fazendo das tragédias da vida um espetáculo. Banalizamos a morte, a transformamos em critério de avaliação cotidiana exibindo imagens de violência o tempo todo. Atraímos o público apresentando cenas de agressão. Transformamos o extermínio em justiça e julgamos a “cena pela cena” com o empobrecimento do senso comum.
Exposição de violência é a banalização da vida e do sentido de viver.
A arte não é isso! A cultura produzida de valor reflexivo e com uma riqueza de aprofundamento humano trata os temas do cotidiano com substância. Dá a cena diária o olhar que merece, a crítica e análise profunda. Faz com que possamos repensar nossos atos. Não é isso que estamos vendo na exposição constante de violência nas redes sociais.
O que assistimos é o empobrecimento humano. A banalização da lógica, do sentido da vida. A pobreza das relações voltadas apenas ao imediatismo de uma falsa justiça precária. Eliminar o aparente malfeitor e não entender onde se alimenta a maldade.
Não vamos resolver nada desta forma, vamos apenas alimentar cada vez mais o ódio. Ao ponto que a dor humana se extinga não porque será resolvida, mas porque vamos eliminar a sensibilidade humana que há em cada um de nós.