Líderes orgânicos ou oportunistas?
Falar de política é falar de liderança. Afinal, ao escolhermos um candidato estamos escolhendo um líder. E nesta escolha estão os critérios que consideramos fundamentais para definir os princípios e valores para um representante público. Claro que, considerando que temos ciência da função que ele vai exercer.
Falo de função, porque nem todos sabem da diferença entre um vereador e um prefeito, acabando por escolher um com critérios que servem para o outro e vice-versa. Logo, parte considerável dos brasileiros não tem ciência e consciência das funções exercidas por representantes públicos, o que interfere diretamente no critério de escolha.
Mas, vamos ao que significa escolher um homem público. O que determina o interesse ou simpatia por um determinado candidato e não por outro.
A princípio há uma lógica de valor que se dá ao poder público, ao representante público. Este valor está associado ao poder que este representante vai exercer.
Se considero que a eficiência da função é o elemento que deve ser determinante na escolha, o meu critério é valorizar a qualificação do escolhido.
Porém, se meu interesse é dar benefícios ao escolhido como um presente pela conduta, afinidade ou princípios morais que tem, o critério de escolha é outro.
Os diversos exemplos de fazer política ou se fazer na política
Um exemplo simples, se me simpatizo, faz parte da minha vida profissional, é tema que vivencio e considero relevante a saúde pública, a escolha de um especialista na área que tenha serviços prestados e demonstra lucidez no trato e análise de temas relevantes a saúde pública é uma boa escolha.
Porém, se tenho simpatia por um líder religioso que não tem qualificação para a vida pública, mas é um pregador da Igreja que frequento, o critério é outro. Não há uma relação entre o escolhido e um determinado problema e um especialista para resolvê-lo.
Não estou aqui fazendo juízo de valor, mas avaliando os valores que determinam as escolhas. E quem vai se candidatar à vida pública deve saber e ter consciência destes critérios para saber se há chances de ser eleito.
Por isso, que muitos homens públicos são fruto da liderança orgânica, há os que têm vocação para a vida pública ou precisam se fazer na política, gerar um patrimônio transformando a vida pública em profissão. Há profissionais da política, os que fazem carreira como homens públicos e se consolidam na permanência manipulando as condições que os fazem se manter.
Porém, independente dos valores que os eleitores tenham, a intenção do representante público é chegar ao poder e, estando lá, manter-se. Logo, todo o meio que permita esta permanência ou ascensão na vida pública será praticada em nome da permanência no poder.
As grandes questões são: Qual o interesse de quem se candidata? Qual os valores que impulsionam quem elege? Nestas duas questões está a essência da lógica do poder.