Enquanto tiver um bom, o mau tem uma chance
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Opinião

Enquanto tiver um bom, o mau tem uma chance

Por Gilson Aguiar em 25/07/2023 - 08:00

Menos roubos, mais furtos

Enquanto os roubos diminuem, furtos e estelionato aumentam no Paraná. Os dados são Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 2022 são mais de 220 mil ocorrências no Estado.

Um paranaense é vítima de furto roubo e estelionato a cada 22 minutos. A indústria do passar o outro para trás cresce.

O que leva a isso? Diria que duas coisas básicas a princípio e em um olhar imediatista, a oportunidade e a impunidade. Fazer sem ser pego e ter a chance de realizar o ato.

Se desenvolveu uma indústria de como enganar. Os enganadores se especializaram ao longo do tempo de demonstram uma capacidade cada vez maior de agir com eficiência. Eles também ficaram digitais.

Quanto mais complexo é o golpe a possibilidade de serem pegos é maior. O ambiente de falta de estrutura do aparato de segurança e o número de ocorrências dificulta a ação.

Indo mais a fundo

Contudo, tem mais por de trás destes números, estimulamos a malandragem com alternativa de vida. Diria que profissionalizamos a enganação.

Formamos de forma cotidiana e informal os malandros que nos assombram. A busca de dinheiro fácil. Ou seja, tomar o que não é seu, ficar com o dinheiro dos outros.

A ideia de conseguir sucesso através da trapaça é prática estimulada constantemente. Não dizem que a ambição move o mundo. Agora, mais que nunca, os ambiciosos estão a solta e em busca de uma oportunidade de se dar bem.

O que não falta no mundo do dinheiro fácil são os mecanismos para que isso ocorra. Eles estão em todos os lugares e as pessoas o querem a qualquer preço.

O ingrediente da confiança

As pessoas confiam, e isso vira ingrediente a ser explorado pelo mal-intencionado. Ele sabe que na maioria dos casos se espera alguém de boa índole para ajudar o necessitado ou colaborar com o que espera um ato descomprometido.

Na cultura da boa conduta, o mal comportamento encontra um campo fértil para fazer o mal se ser notado. Esta prática se multiplica na medida em que um maior número de pessoas nunca espera o golpe de alguém tão próximo e em um lugar não esperado.

Velhinhos no caixa eletrônico se tornaram vítimas fáceis. O inimigo é sempre o mesmo e está quase sempre com a mesma intenção. Porém, identificá-lo não é tarefa fácil, ainda mais para aqueles que não tem os olhos atentos a malandragem.

Pode parecer irônico, mas, enquanto a boa intenção ainda ser perfil da maioria, a maldade tende a sobreviver. 

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