A diferença entre acreditar e se fazer crer.
O que damos valor não é o que orienta as nossas práticas. Isto é fato. O que pregamos aos quatro cantos como princípio e valor não se sustentam. Há uma incoerência entre pregações e ações.
Por isso, ética não é moral. Mesmo que as duas palavras tenham surgido de uma mesma raiz, uma grega e outra romana. Os valores e comportamentos que praticamos se distinguem diante da intenção e da ação.
Há uma confusão entre ética e estética também. O comportamento que se deseja que se veja e aquele que tem o sentido do que se acredita. Há o que se age para que as pessoas vejam e acreditem no autor da ação e aquilo que é o resultado de suas reais intenções.
A vitória da estética sobre a ética.
Hoje, somos cada vez mais estéticos e menos éticos. Gostamos de propagar a percepção sobre nós e não confirmar nossa posição no mundo. Vamos dizer que a ética virou uma peça publicitária para nos associar a certos valores morais.
A defesa de valores que consideramos elevados, importantes e consagrados devem ser o norte constante de nossas ações diante dos dilemas. Não, ser usado de forma vulgar como se nos orientasse até mesmo na hora de escovar os dentes.
Por isso, o estético age em público de uma forma e na vida privada de outra. No exercício de sua função pública é aquele que se coloca de forma reta, mas nos bastidores de sua existência, onde se dá as decisões objetivas de sua vida, o ato é contraditório e obscuro.
Como Diógenes, o pensador grego, devemos estar sempre a busca de uma pessoa honesta. Claro, não como ele que buscava com uma lanterna, mas devemos estar atentos.