O país continua dividido entre apoiadores e opositores do governo. Até pouco tempo atrás era a esquerda que criticava o poder, agora é a direita. Este embate continua, mudasse a condição sem mudar o os lados.

Agora a questão de favorável ou não ao atual governo não tem relação com os chamados fisiológicos. Aqueles que sobrevivem independente de quem governo e estão preocupados com questões pragmáticas.

Os deputados, em sua maioria, são fisiológicos e pragmáticos. Não fazem política por um projeto de país. Sua posição é na busca de garantir os interesses de permanência no poder e garantir o atendimento de suas bases e fatores de governabilidade ou eficiência.

Os fisiológicos medem sua capacidade pelo atendimento aos interesses que lhes garante poder.

Esta condição explica termos hoje um Congresso Nacional com mais da metade dos deputados e senadores com um discurso conservador, de oposição ao atual governo, mas que aprovou ontem o Arcabouço Fiscal por uma votação expressiva.

O governo Lula venceu a votação na Câmara de Deputados por 372 a 108, sendo que precisava de 257 votos. A vitória foi expressiva. Porém, a negociação foi longa e os fisiológicos, pragmáticos, foram fundamentais.

Logo, vale lembrar que os deputados são eleitos pelo voto. Você os escolheu por algum fator, defesa, interesse.

Muitas vezes a sua escolha tem uma medida do representante público e a prática deste mesmo representante outro interesse.

É nestas horas que há uma distância entre fazer a política para se eleger e continuar no poder.

O que nos encanta no posicionamento político em tempos de campanha não é o que sustenta a prática e a eficiência da governabilidade.

Por isso, o cidadão está no jogo da política e do poder de forma diferente em relação ao que determina ao longo de um mandato a permanência e a eficiência do político, do homem público.