Estamos diante de um momento delicado da vida pública. O país assiste as consequências de uma ação extrema contra as instituições da república e a democracia, isso é fato.

Um país que tem histórico de instabilidade política e marcas na história de sua descontinuidade governamental. Quantos golpes e contragolpes na história do país.

A redemocratização consolidada em 1988 com a atual Constituição foi e é o princípio do que se quer e se defende, a estabilidade das instituições e o respeito as leis.

Repetirei sempre e o quanto for necessário que o confronto que assistimos hoje e os que já vimos inúmeras vezes na história brasileira são expressão do que nunca se resolve, o problema da desigualdade absurda de renda e a falta de dignidade para uma parcela considerável da população.

Enquanto não se resgatar o ser humano e lhe der a dignidade, o respeito, as condições básicas de existência, não haverá estabilidade.

A miséria sempre serve como massa de manobra. Se pagou ônibus para brasileiros se deslocarem de suas casas em pleno domingo com o discurso da ilusão de que a violência daria a vitória a uma causa manca.

Nunca me esqueço que os movimentos de esquerda também eram acusados de pagar ônibus para que seus manifestantes fossem fazer atos, pacíficos ou não. Quantas vezes vi manifestações com transporte e comida de graça.

Há uma massa de manobra disponível que é usada e se presta a ser fantoche nas mãos dos falsos líderes e salvadores da pátria. Gente que acredita na grande tacada para resolver seus problemas. Uma sociedade melhor e com dignidade não é alcançada pelas mãos de um “milagreiro” ou por um “milagre”.