Defendemos a educação financeira nas escolas e consideramos que quanto mais cedo os mais jovens aprendam a lidar com o dinheiro e a poupar podemos prepará-los para o futuro. A lógica é clara e a intenção é boa. A escola, para muitos economistas preocupados com a condição das famílias mais pobres, pode ser um passo importante.

Há o desejo de que as gerações futuras têm mais responsabilidade com as finanças pessoais. Sejam planejadores. Coloquem na ponta do lápis ou na tela de seu smartphone uma organização de receitas e despesas eficiente. Todos querem chegar ao final do mês no azul.

Outra ação importante é a educação para empreender. Não basta ter apenas a capacidade de controlar receitas e despesas e buscar um equilíbrio financeiro. Também se deseja construir um futuro. Se temos que planejar as contas temos que planejar os anos.

Uma carreira profissional deve ser pensada como uma construção pessoal. Não há mais espaço para comodismo e permanências. O trabalho não será eternamente fazer a mesma coisa para aquele que deseja ascender financeiramente e profissionalmente.

Empreender não é apenas montar uma empresa é ser ver como a construção de iniciativas e possibilidades. Se transformar em uma oportunidade para os outros e aproveitar as melhores para você. Isso requer qualificação, melhora na percepção do mercado, seja ele de trabalho ou negócios.

Até aqui as palavras são bonitas. Contudo ela esbarra no bombardeio da exaltação do imediato que nos rodeia. Somos cercados pelos estímulos de lógicas pobres e do gasto superficial. Sempre estamos a busca de algo novo para ter e assim que adquirimos o que é desejo o sentimento de euforia começa a se desfazer.

Os ambientes de consumo que frequentamos, sejam eles reais ou virtuais, são pensados para serem ao máximo sedutores. Nos levarem as chamadas experiências de consumo. Manipulam nossa carência e desejo. Como não deixar se levar? Há que se ter força.

Logo, a educação financeira e a busca de empreender de forma eficiente não é uma tarefa fácil. Temos que resistir as tentações e demonstrar que somos capazes de compreender que uma vida de sucesso é construída olhando para o futuro e resistindo muitas vezes as tentações.

Considero, diante de tudo isso, que o equilíbrio financeiro e o sucesso profissional, assim como a postura de empreender, tem um ponto de partida, o conhecimento e a inteligência emocional. Temos que saber quem somos e entendermos o que realmente queremos. Porque tenha certeza, haverá um amanhã e ele cobrará o preço dos nossos atos hoje.