O “relógio” é o senhor do tempo?
Esta é uma sociedade acelerada, não há dúvidas. O tempo, que nos parece algo contado no relógio, tem na verdade outro significado se formos observar o que dele se tira e quem somos.
Quantitativamente sempre foi o relógio o senhor das horas. Porém, ele apenas colocou uma medida linear para algo que não tem tanta linearidade assim. Contar o tempo não, por exemplo na memória uma sequência de fatos.
Inclusive, se pensarmos na memória, a nossa, ela é bem seletiva. Tem coisas que não lembramos, outras que fazemos questão de não lembrar. Há, inclusive, uma distorção dos acontecimentos. Tudo isso, projeta no futuro também suas distorções. Tem quem caminhe para um lugar pensando em outro.
No tempo, nem o presente é poupado.
Nessa conta do tempo, a qual cada um de suas somas e subtrações, o presente não é poupado. Há quem viva uma coisa, pensa ser outra. Há uma realidade cotidiana que se tenta fugir e vivemos o que nem sempre compreendemos. Há quem chame de “realidade de cada um”.
Logo, deveríamos ser mais ponderados ao afirmarem sobre a “verdade”. Ela é relativa. Fatos são compreendidos e medidos por valores, o que já, no tempo, não lhes dão o mesmo sentido e peso.
Quantas coisas em nossa memória já foram esquecidas por perderem a importância e juramos jamais esquecer. Por outro lado, quantas outras queríamos esquecer e se tornaram o sentido de nossas vidas. Quantas brigas ressuscitam o passado e quantos amores vivem de memórias.
É, literalmente o tempo não pode ser medido pelo relógio e sim pelo sentido de se viver, um minuto ou uma vida inteira.