Em determinados lugares onde impera a visão estreita, toda e qualquer diferença é tratada como opositora, antagonismo, um inimigo a ser combatido. A busca de considerarmos que tudo aquilo que não se encaixa na nossa visão de “normalidade” deve ser exterminado facilita a condução da vida de quem deseja permanecer o mesmo ao longo do tempo.
O que assistimos com Donald Trump nos Estados Unidos da América é isso. Mesmo na democracia considerada a mais tradicional do mundo, um momento de insensatez ocorre. Ninguém imaginava com tanto radicalismo. Os defensores de Trump que invadiram o Capitólio demonstraram que estavam dispostos a tudo em nome de seu líder.
Quando uma pessoa se eleva acima das instituições o que está ameaçado é o nosso próprio convívio como sociedade civilizada. A sociedade fundada no direito e no respeito à liberdade ganha o perfil de um embate que pode levar a uma guerra civil.
O presidente norte-americano incentivou a ação extrema, viu o ato de violência ocorrer e quatro pessoas morreram. Após o estrago feito, o líder alucinado vem a público, arrependido, pede desculpas e reconhece a vitória de seu adversário nas urnas, Joe Biden. A diminuição do “mito” é a demonstração do preço de se estabelecer a verdade sobre um perfil alucinado como o de Trump.
O preço que se paga para que tenhamos dimensão de com quem estamos lidando é, em muitos casos, caro. Se tivéssemos um pouco mais de bom senso, poderíamos evitar muitos prejuízos.