Quem tem “moral” para falar?
Há que se considerar, honestos são poucos e os que mais falam em desonestidade tem uma prática semelhante aos que criticam. Ninguém é isento de erro.
O que temos que considerar é a dimensão do que a falta de um comportamento adequado traz. Diria, de forma mais direta, tem muito sujo falando do mal lavado.
O que os atos ilícitos, imorais e egoístas promovem todos os dias em nossa vida?
Eu me deparo com alguém que deseja burlar a regra para tirar vantagem, como muitos que estão lendo esta crônica.
Homens públicos são o principal alvo.
Devemos debater os atos ilícitos dos homens públicos? Acredito que sim. Podemos discutir os grandes atos de corrupção e violência que toma as manchetes dos principais meios de comunicação brasileiros? Sim. Mas, acredito que seja importante uma autorreflexão diante das críticas. Quem sou eu para fazê-las?
Seria demasiadamente positivo se o crítico apontasse também o dedo para si mesmo e refletisse se não estaria acusando, julgando e condenando alguém por um crime que também cometeu ou comete.
Uma mudança parte sempre do princípio de se conhecer.
Um pequeno gesto de autoconhecimento lhe ajudaria a ser mais compreensivo com o erro dos outros ou considerar que é preciso entender que o problema de comportamento não é algo estranho a nós. As vezes somos contribuintes e cumplices dos criminosos que acusamos, merecemos críticas.
Se tirar vantagem de determinadas situações ou considerar necessário um benefício escuso permite rotular o praticante do ato de “canalha”, logo, é bom refletir para saber se não o título não cabe a tantos outros ou a nós mesmos.
Logo, a mudança não é agir de forma pensada e sim pensar no que se está afazendo.
Seria importante se pensássemos que não temos o direito de acusar se refletir sobre a acusação. Se pergunte: Quem sou eu para acusar? Se questione, antes de apontar o dedo.
Sempre é muito fácil transferir nossas culpas para os outros.