O que é uma boa notícia em tempos de crise? Chegar para um amigo vivendo um problema e tentar animá-lo diante de uma dor pessoal não é nada fácil. Afinal, como falar algo positivo em meio a tanta negatividade? O caos cega o olhar sobre o sentido maior da vida.
Hoje acordei olhando os números da Covid-19 no Brasil e no Paraná. Ultrapassamos os 90 mil mortos. Inimaginável um número como este há 7 meses atrás. A quantidade de infectados é ainda mais impressionante, 2,4 milhões. Pensando que tem muitos que não fazem parte desta estatística por que são os chamados assintomáticos. Melhor para eles, pior para quem gostaria de ter uma visão mais precisa do problema que estamos atravessando.
No Paraná, ontem, tivemos mais 71 mortes. Ao todo já são 1.792 paranaenses que perderam a vida para a doença. O Estado está entre os que mais cresce o número de casos e mortes percentualmente. Mais longe em proporcionalidade do que representa São Paulo, nosso vizinho e maior estado em população e renda do país. Os paulistas já acumulam mais de 22 mil mortes e 514 mil contaminados.
Em conversa com o secretário da Saúde do Estado, Beto Preto, no CBN Paraná, nós tivemos uma avaliação do que a pandemia tem feito e o que tem sido feito para contê-la. Para quem quiser ouvir está nas plataformas das CBNs Maringá, Cascavel e Vale do Iguaçu. O secretário fala da vacina que deve vir daqui seis meses, aparentemente distante a solução final, mas mais rápido que o normal.
Preto também comparou os números do Paraná com São Paulo. Falou de que proporcionalmente a situação dos paranaenses é melhor. Se fossemos levar em conta a população dos dois estados, deveríamos ter 5 mil mortos de Covid-19 e temos um pouco menos de mil e oitocentas. Não há perspectiva de um novo lockdown, mas a Secretaria de Saúde está alerta. Uma das principais buscas é garantir a segurança dos paranaenses sem que ocorra o estrangulamento da economia, já vivendo um sufoco enorme.
Antes de entrarmos no ar, brinquei com o secretário Beto Preto, de que ele estava ficando mais famoso que o governador, Ratinho Júnior. Ele me disse que preferia o anonimato e a população saudável do que a fama no Paraná e a população vivendo esta condição. Contudo, é o preço que cada um paga para enfrentar a função que tem. Cada um de nós precisa ter dimensão da responsabilidade da sua. Fazer bem feito e contribuir com o que lhe é de obrigação para que não aumente o problema. Ainda é o comportamento de cada um de todos ao mesmo tempo que conta. Não tem nada que deixe alguém que pegou a doença e passou por dificuldade para se recuperar do que o descaso que alguns tem com a pandemia, desprezando os riscos.