Pode ter acontecido, aconteceu, vá que aconteça. Esta história é mais comum do que você imagina, é cotidiana. E vale lembrar para que se reflita que nossos maus hábitos não são pensados como maldade, as vezes como a naturalidade das coisas.
Em uma empresa qualquer, o proprietário ambicioso que deseja sucesso e quer ser reconhecido, já que vaidade também é lucro e intenção de quem enriquece. Não vale apenas ter, mas todo mundo tem que saber. Este empreendedor roga aos quatro cantos a necessidade da seriedade, dedicação, honestidade e tratamento justo.
Quando tem a oportunidade de falar do seu sucesso, de como chegou aonde chegou, de como enriqueceu, fala de trabalho. Conta com aparente detalhe todas as dificuldades vencidas uma a uma. Os obstáculos da injustiça e como luta contra cada uma delas. Promete que seu sucesso não será em vão. Ele será o justiceiro e uma expressão da mudança.
Contudo, e sempre há um contudo, nos porões de suas práticas, se depara quase sempre com a negação do que prega. Se vê, no desejo do sucesso, praticando favores e sendo favorecido. Burla regras em seu negócio e espera que na mão que lava a outra que a sua seja limpa. O quanto de seu sucesso não foi ser tratado com exceção e nunca pela regra?
E assim a vida vai. No final de mais um dia, na hora da descontração, na conversa amigável, na hora de pedir a Deus ou justificar a vida, expressa a necessidade de que as coisas mudem, de que se acabe com as injustiças e de que este país seja diferente para que todos tenham a mesma oportunidade. Encerra prometendo que fará a sua parte. Sem sentir a culpa não percebe que faz parte do problema.