Queremos a perfeição e amamos o imperfeito
O grande desafio da tecnologia é não anular o ser humano. O nosso problema é que estamos vivendo tempos em que estamos nos anulando gradativamente diante do aprimoramento técnico. Aos poucos vamos deixando de ser protagonistas para assumirmos um papel precário de coadjuvantes.
A grande maioria se encontra à margem da técnica que veio para gerar conforto a quem a consome e lucratividade para quem a implanta na produção de bens e serviços.
A desqualificação gera uma porcentagem significativa de pessoas excluídas do processo de produção. Esta condição condena o futuro de muitos seres humanos. Logo, sem qualificar os jovens o futuro é incerto.
O consumo e a tecnologia.
Não por acaso a tecnologia colaborou para a vida para o consumo. Incontestável o conforto que a tecnologia possibilitou no cotidiano. Quantos benefícios em tantas áreas, como educação, medicina, transporte, comunicação e entretenimento. Contudo, esta mesma tecnologia, reduziu a vida para o trabalho.
Acredito, porém, que a humanização ainda é o futuro. A tecnologia desencanta quando percebemos a carência que temos de estarmos convivendo com uma relação sincera com outra pessoa. Sabemos que viver da fantasia digital ou da perfeição estética das imagens virtuais, realizando sonhos que antes repousava em nossas mentes, não nos completará.
Por isso, mesmo com todo o avanço tecnológico, iremos sempre em busca de nós mesmos. Desejamos a condição de ser humano. E isso, a tecnologia, por mais avançada que seja, não nos dará.