No passado éramos educados para o trabalho, hoje, desde a primeira infância, somos educados para o consumo. Aprendemos desde cedo que a aquisição de bens é a realização da dignidade que antes a maturidade associada ao trabalho poderia oferecer.
Hoje nos perdemos em meio as opções que temos. Mas, o que temos são opções de consumo. A falsa ideia de que há liberdade, se existe é a de consumir. De resto, nos esbarramos na vida marcada pela necessidade de acumular coisas. Nada mais que isso.
Passamos o tempo todo nos medindo. O que temos e o que o outro tem. A população de baixa renda é forçada a aquisição como forma de ter o mínimo de dignidade. Se gasta o último tostão na busca da tão desejada inserção social.
No passado, o trabalho era o fator determinante do reconhecimento da autonomia. A busca pelo emprego se colocava como o caminho de conviver com os demais em uma condição de liberdade tendo autonomia financeira. Ter a própria renda e ser dono do próprio nariz era uma relação direta.
Hoje há os que reivindicam a liberdade e querem a autonomia, mas não são capazes de pagar suas próprias contas. Desejam o respeito, mas não o conquistaram como geradores do poder de ter a renda necessária para pagar a própria existência.
Logo, o maior desafio da atualidade é a conscientização das pessoas que a vida continua sendo fruto do trabalho e não da ilusão do consumo. Se conseguirmos inseria na via humana a percepção de um mundo que tem um custo de sua existência, teremos dado um passo importante para a humanização da vida em detrimento das coisas.