Estamos reproduzindo um ambiente de violência que não temos dimensão de seus desdobramentos. Radicalismos, extremismos, perseguições, preconceitos e as inúmeras ações de violência que estão sendo propagadas constantemente.
Os seres humanos parecem estar autorizados a prática da agressividade sem limites. E não acredito que haja uma proposta ideológica ou um desejo coletivo e comum. O que move os agressores são seus interesses pessoais. Eles são movidos pelos desejos íntimos de vingança contra pessoas que são do seu círculo pessoal de ódio.
Observe os atos de agressão que envolvem o espancamento ou mesmo a execução sumária de pessoas inocentes. O agredido não se enquadra no perfil do inimigo da causa. Ele é escolhido no momento por critérios superficiais. Toda a violência é descarregada na pessoa que se odeia e que está mais próxima. Todo o ódio está na canalização dos rancores e traumas pessoais no ser humano que atravessa o caminho do ignorante, medíocre e míope agente da agressão. Os soldados das causas extremistas não têm outro perfil, por isso não há diálogo.
Logo, os conflitos que estamos vivenciando são estimulados por elementos locais e constroem um grande mosaico que se expande ambientado no individualismo crescente como percepção do mundo. Estamos carregando a retórica dos problemas coletivos sob uma lógica da particularidade. Colocando o indivíduo no centro dos interesses do qual ele deveria ser, corretamente, apenas um coadjuvante.
O que determina os movimentos sociais não deveria ter na particularidade o protagonismo. Comportamentos pessoas não são os determinantes da vida social. Temos que construir uma compreensão ampla e temos consciência de que a particularidade não é a resposta e sim um elemento participante no qual não se resume as grandes lutas sociais.
O indivíduo não é tudo, ele é apenas um aparte do todo.