As heranças maléficas do “novo normal”
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Opinião

As heranças maléficas do “novo normal”

Por Gilson Aguiar em 04/05/2021 - 08:54

O mundo pós pandemia não será mais o mesmo. Isto é uma verdade. Muitas mudanças já aconteceram em nosso cotidiano e nem sequer percebemos. Já, este período de pandemia, faz com que as mudanças ocorram mais rápido. Mas, como falamos, não será para todos. 

Veremos o mundo mais pela internet, sem dúvida. Não por acaso, as empresas aumentaram em 74% o uso do home-office nas atividades profissionais. Também, segundo dados da Exame Academy, cresceu em mais de 770% as ações das empresas que trabalham com o desenvolvimento e transmissão de vídeos na bolsa de tecnologia de Nova York, a Nasdaq. Destaque para o Zoom, neste quesito. 

Descobrimos que os problemas planetários importam. Não há como ficarmos isolados em nossas questões locais. Elas também têm seu peso, mas não explicam a totalidade do que somos sozinha. O mundo descobriu o mundo de forma trágica. Mesmo que uma grande parte da população não tenha a possibilidade de mobilidade por interesse, os de baixa renda que migram são por necessidade, a integração planetária é uma realidade. 

Algumas questões antes consideradas de interesse puramente de ONGs na defesa de causas humanitárias ou ecológicas passam a ser um problema de todos nós. Teremos que resolver questões que dizem respeito a todos sob a pena de não existir futuro para ninguém. 

As mudanças não serão iguais para todos. A miséria se intensificou e a faixa de pobreza aumentou. A distribuição de renda diminuiu e o fosso entre os mais ricos e os mais pobres também cresceu. O caminho em busca de uma justiça social é mais longo agora. Será que a mesma tecnologia que encurta caminho para inúmeras coisas vai também encurtar para a desigualdade econômica?

Por enquanto, nada dá sinal de que a tecnologia fará efeito positivo para a população de baixa renda. Ao contrário, o distanciamento é maior. A ausência de conhecimento e uso de instrumentos tecnológicos vai marginalizar uma população que se encontrará condenada a baixa ou nenhuma produtividade. 

Por isso, vale novamente a afirmação e a pergunta: O mundo mudou. Mas para quem? E de que forma? 

 

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