Como nascem os assassinos em série?
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Como nascem os assassinos em série?

Por Gilson Aguiar em 06/04/2023 - 13:20

Os anormais estão à solta e não é de hoje.

O ataque que ocorreu a escola infantil Bom Pastor, onde crianças entre três meses e 7 anos de idade ficavam, abalou mais uma vez o país. O autor do ato estúpido, bárbaro, insano, foi um homem de 25 anos.

Quatro crianças foram mortas pelo invasor. A arma, um machado.

Segundo relato das professoras, que não esperavam viver tamanha estupidez, o alvo do assassino em série eram as crianças. Elas, as professoras, como sempre, tentaram evitar o pior, e teria sido se elas não protegessem os menores.

O assassino, depois de cometer os crimes, se entregou a polícia.

O chefe de polícia da cidade de Blumenau afirma que o caso é um ato isolado. Também, justifica que o assassino tenha sido motivado por um surto psicótico. Os traumas pessoas sempre são usados para explicar o ato de imbecilidade coletiva!

O assassino cometeu o crime de forma pensada, elaborou o ato e focou as ações para atingir seu objetivo. Ele sabia o que estava fazendo.

Se nos assusta a agressão, é porque ela é proporcional a pobreza humana que a executou.

Não entendo o porquê as pessoas tendem a buscar nos autores de violência extrema, bárbara, absurda, uma peculiaridade que desassocie seus atos dos demais seres humanos. Esta nossa tendência a considerar que a mente criminosa é apartada, separada, isolada, contrária, ao padrão de comportamento social. Não é não, ele não.

Claro, a grande maioria de nós não vai atacar uma escola, matar crianças, alunos e professores. Porém, o campo fértil para este tipo de ato está propagado. E muitos seres humanos se sentem estimulados a cometer absurdos contra si mesmos e contra outros.

Hoje se propaga ideias tolas. Elas motivam pessoas com lógicas superficiais para cometerem atos extremos. Estimulamos mentes infantis com baixa capacidade de compreensão da vida a considerarem que elas são o “centro do universo”, que tudo podem, e o que é pior, que tem razão. Foi por isso que um ser humano infantilizado acabou com a infância de quatro crianças.

Estas mesmas mentes ensimesmadas, quando estão rancorosas com a vida, culpam quem quiser e eliminam os que escolherem. Selecionam os culpados de sua dor, angústia, frustração e fraqueza, e os elimina.

A ironia é que o egocêntrico exterminador sempre elimina inocentes e frágeis. Os que vão sofrer a ira do imbecil é sempre os que não podem se proteger. O alucinado assassino nunca invade um quartel militar cheio de soldados bem armados.

Perceba que em outros atos de violência há o mesmo personagem. Quantas vezes a mesma história, o homem agride a mulher, se impõe, porque sabe que ela tem dificuldade de se defender fisicamente.

Os revoltados que arrumam brigas nos bares na madrugada, nunca desafiam, ofendem ou socam alguém a sua altura ou com sua força. O exterminador é sempre um covarde.

Logo, é lamentável o que ocorreu na escola em Blumenau. Entristece saber que o inocente é atingido por um ato de agressão de um ser humano a quem nada fizeram. Dói mais quando a perda são crianças.

Há muito o que lamentar, mas também refletir.

Porém, não considero correto afirmar que o perfil do assassino e o mal que o moldou é uma exceção. Ele, o cretino agressor é fruto de muitos dos estimuladores e ambientes de valorização da fraqueza humana a que estamos sujeitos. A mente criminosa está entre nós, porém, nem todos cometemos crimes.  

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