O contrabando no Paraná tem números assustadores. Por dia, no Estado, entram 787.961 produtos contrabandeados. Destes, 83,3% são cigarros. Inclusive, do produto comercializado no país, 77% é fruto de contrabando. Os dados são do Ibope Inteligência.
A movimentação financeira do contrabando de cigarro representa por ano mais de R$ 1,3 bilhão. Dinheiro que deixa de ser tributado e representa um prejuízo aos cofres públicos. Além disso, uma concorrência desleal a empresas que atuam de forma lícita no país. Tudo isso é uma verdade.
Porém, há um outro lado que não podemos negar. O contrabando também é uma denúncia do peso do Estado em nossas vidas, na compra dos produtos e serviços. Muito do que incentiva o contrabando é o peso dos tributos embutidos nos produtos consumidos. A máquina pública pesa.
Em uma economia em que o estado tem um peso menor e se possibilita uma competitividade maior no mercado, o contrabando de produtos perde força. Os empresários brasileiros reclamam constantemente do como é difícil concorrer com produtos importados ou e principalmente com os contrabandeados.
Ocorreu uma queda no número de produtos contrabandeados no Paraná, 5,9% em relação ao ano anterior. Mas não podemos saber se a redução é fruto de uma fiscalização mais rígida ou a crise econômica que afeta também o mercado de produtos contrabandeados.
Combater a entrada de produtos ilícitos é necessário. Contudo, vale a lição de que por de trás de uma busca de consumo com valor menor o contrabando denuncia o peso da tributação sobre os produtos do país.