Na história brasileira, em especial durante a Primeira República (1889 a 1930), grandes proprietários de terra manipulavam os eleitores locais para garantir voto ao seu candidato.
A maneira de se fazer valer a vontade do “coronel” eram desde ameaça física, demissões, castigos e perseguições.
No dia da votação, levar e trazer os eleitores, controlar o voto na boca da urna. O coronel tinha fiscais que ficavam vigiando em quem o eleitor iria dar seu voto.
O chamado voto de cabresto foi um dos alicerces que deu suporte ao poder naquela que ficou conhecida como “República dos Coronéis”.
Agora estamos diante de um “coronelismo moderno”. Empresas no Rio Grande do Sul e no Paraná estão ameaçando fechar as portas ou demitir funcionários caso o presidente Jair Bolsonaro perca o segundo turno das eleições.
A denúncia chegou ao Ministério Público do Trabalho através de vídeos postados na internet.
Na Bahia, empresário chegou a orientar a demissão de funcionários que votassem em Lula para presidente e em ACM Neto para governador. Demissão sem dó, segundo o empresário.
No Ceará outro empresário daria dinheiro para quem votasse no atual presidente Jair Bolsonaro, R$ 200,00.
Mas, há outras formas veladas de manipulação do voto. Os que dão indiretas no cotidiano do trabalho. Postam mensagens de intimidação.
Esta prática tem que ser denunciada, isto é abuso do poder econômico e é uma forma de violência. Não se constrói uma democracia assim.
Se um empresário está descontente com os resultados que sua empresa apresenta e com o desempenho de seus funcionários, ele tem o direito de dar o destino que quiser ao seu empreendimento, mas nunca o transformar em um instrumento de coação.