O futuro a Deus pertence? As coisas não são bem assim. Somos nós que construímos o futuro e ele tem um preço. Podemos pagar no presente a insegurança que temos no amanhã. E vivemos hoje no país exatamente isso.
Um levantamento do Datafolha mostra que 69% dos brasileiros consideram que a inflação vai aumentar nos próximos meses e 54% afirmam que o desemprego vai crescer. Para pior, 40% acreditam que o poder de compra vai diminuir. Em relação ao passado, 69% acreditam que a economia do país piorou.
Os reflexos desta incerteza no futuro têm seu preço no presente. O Varejo é o setor que sente esta insegurança. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo teve queda de 3,1% em julho. Vale lembrar que na Bolsa de Valores as grandes varejistas brasileiras tiveram queda nas ações de 50% em média.
O futuro tem seu preço no presente. Ele cobra caro e já pagamos por ele no dia a dia. No preço dos combustíveis, por exemplo. O câmbio é outra demonstração de incertezas. Investidores recuam com a possibilidade de perdas. O valor do dólar não poderia estar no preço que está.
As coisas vão melhorar? Para que isso aconteça é preciso superar os fatores da incerteza. Gerar um ambiente de estabilidade que permita segurança e uma percepção mais assertiva do que vai ocorrer. Tudo o que não temos hoje.
Administrar o presente é gerar um ambiente em que o amanhã não é encoberto por uma névoa de questionamentos sem respostas. Podemos não ter 100% de confiança de que tudo irá ocorrer como desejamos. Porém, podemos saber que determinadas certezas e confianças são mais sólidas e podem ser um “porto seguro” para nossas incertezas.