A pandemia deixou e deixará sequelas, algumas ficaram conosco por um bom tempo. Não só as consequências dos problemas físicos que muitos que já tiveram a doença estão apresentando, cerca de 20% dos que foram infectados, 70% dos que tiveram sintomas mais graves. Há uma sequela que vai incomodar tanto os que sofreram ou não com a infecção do novo coronavírus. A desigualdade econômica.
A renda da população mais pobre do país aumentou, Segundo levantamento da pesquisa Bem-Estar Trabalhista, Felicidade e Pandemia, da FGV - Social, no primeiro trimestre deste ano os brasileiros tiveram uma renda média abaixo de R$ 1 mil. A maior da série histórica. Para ser mais preciso, R$ 995,00. No mesmo ano passado a média foi de R$ 1.122 e já estava em queda.
A condição da pandemia agravou ainda mais a condição de quem dependia de trabalho sazonal e não tinha renda fixa. O custo de manutenção da família se alterou com a inflação sobre os alimentos básicos. Só observar o preço do feijão e arroz. A proteína tem tido reajustes constantes.
Esta condição irá nos prejudicar sensivelmente e será um legado que a pandemia vai nos deixar sem uma solução imediata. Não que o problema seja novo, mas agravado e com uma economia debilitada, será um entrave a mais para a retomada do crescimento.
Por isso, temos que promover ações sociais de ajuda às pessoas em condição de risco e miséria. É necessário uma política de ação imediata, dando alimentação e garantia de saúde. Promover a recuperação econômica através da qualificação e estabelecer uma ajuda financeira adequada. Paralelo a estas medidas, um plano de ação de médio e longo prazo.
Plano esse que não seja fragilizado por um contexto político vulnerável a transformar toda e qualquer questão em palanque. Precisamos salvar uma sociedade que é a garantia fundamental do futuro para a maioria. Mesmo para os que vêem nela apenas uma forma de ascensão ao poder e atendimento de seus interesses.