Como se fossemos crianças a procura de diversão constante corremos entre corredores a procura dos objetos que nos satisfaçam o desejo. Chamamos isso de diversão na infância, na fase adulta é infantilidade. Deveríamos aprender que tudo o que nos oferecem tem um preço. Lei de mercado básica da vida.
As crianças não escapam das consequências de suas vontades e ações. Por mais que em parte considerável delas não tenham a dimensão dos efeitos que as esperam. Elas devem ter um adulto que as guiem. Quando se é infantilizado e deveria ter juízo, quem vai guiá-lo.
Crianças que vivem do consentimento constante de suas vontades costumam serem adultos mimados. Desconhecem o “não” necessário para colocar limites. E quando o adulto mimado não percebe suas limitações? Deveria ter um choque de realidade. Precisam de algo que os faça “acordar” para o que estão vivendo ou querendo.
Se na infância a boa educação orienta, como é a orientação dos adultos de hoje? Fantasias e ilusões. Alguns pagam verdadeiras fortunas, seja a conta gotas ou em um único gole, para se anestesiarem e doparem. “Se não posso encarar a realidade, agora vou transformá-la em uma aventura infantil e me vestir de super-herói para encarar a vida como uma criança no playground”. O produto é imbecil, mas o cliente é adulto e chama isso de “investimento”.
Pagamos pela ilusão. Seja nas lógicas absurdas que colocam o infantilizado no centro das atenções para tentar conter sua carência gritante por não ter tido dimensão de si mesmo. Aquele “não” faz falta. O carente se dopa. Neste ponto as drogas ilícitas cumprem o papel idêntico aos dos cursos de autoajuda ou os templos religiosos dos farsantes. Nos dois há espetáculo e uma multidão de iludidos.