A pandemia mudou o ambiente educacional. Alterou as condições de estudo e os meios que eles se processam. Alunos ligaram seus aplicativos em equipamentos eletrônicos como smartphones, tablets e computadores. Passaram a utilizar a internet para o ensino, um desejo de quem via os filhos mergulhados em conteúdos desvinculados à formação educacional.
Entrar em uma rede social, acessar conteúdos na rede mundial de computadores sempre esteve associado entre crianças e adolescentes a conteúdos pouco qualitativos. No lugar onde mais se mente e calunia-se um ser humano, raro achar algo útil. Mesmo tendo muito.
A educação avançou significativamente no mundo digital. Acelerou um processo que poderia se dar em cinco anos em um ou dois. Acompanhar algo tão rápido não é tarefa fácil e é preciso estar preparado. Quem estava?
As instituições de ensino estão se organizando para a retomada da educação especial. Algumas, percebem que não haverá mais o retorno ao modelo que existia antes da pandemia. O chamado ensino híbrido, a conciliação entre a educação a distância e presencial. O que não é uma tarefa fácil.
Um dos modelos bem sucedidos do chamado ensino híbrido é a HyFlex, híbrido flexível. Proposta que algumas instituições devem adotar. O modelo não é novo, iniciou sua formação nos Estados Unidos, na Universidade de São Francisco, em 2005. Em um curso de mestrado sobre tecnologia e educação.
Há uma estratégia que envolve alunos, professores e gestão educacional. Um investimento das instituições e qualificação de professores. Orientações e monitoramento dos alunos para que mantenham suas atividades em novas plataformas. Um processo que exige planejamento para ser implantada.
A questão é, quantos estão preparados para isso?
Os idealizadores do projeto colocam que os desafios para a implantação em uma instituição educacional é a falta de estrutura da instituição, onde se pretende implementar o ensino HyFlex. Outro ponto, os professores em grande parte não estão preparados para esta mudança, assim como, os alunos também têm dificuldade de lidar com este novo ambiente integrado, presencial e a distância.
Um dos pontos que chama a atenção no processo de implantação é o comportamento do aluno. Como ele vai reagir à mudança? Há quem considere que o ensino presencial será totalmente abandonado com o tempo. Os mais trágicos acreditam no aumento do abandono escolar, ou seja uma evasão maior dos alunos.
O que não se pode deixar de perceber é que para instituições públicas e alunos de baixa renda o desafio é ainda maior. O país tem uma exclusão digital que vai nos custar cada vez mais caro e pode ser um fosso imenso condenando o futuro de muitas crianças, adolescentes e jovens.
Porém, que a mudança veio para ficar, veio. Não se pode negar seus efeitos. Não teremos mais a mesma educação que tínhamos antes da pandemia.