A pandemia que estamos vivendo mudou o nosso cotidiano e expectativas. O que esperávamos para 2020 não aconteceu. Tem quem brinque que este ana “não começou”. O que vivemos é um pesadelo e ainda estamos esperando para acordar. Mas quando tudo passar, o que sabemos, é que seremos diferentes em muitos aspectos.
Uma das mudanças inevitáveis são as eleições deste final de ano. A data já mudou. O adiamento das eleições é certeza, o calendário eleitoral já foi alterado. Também mudou o tema principal da campanha. A pandemia com certeza vai ser tema determinante para as eleições deste ano.
O comportamento dos candidatos em relação a este tema é que deve chamar a atenção. Principalmente os que estão pleiteando chegar ao poder executivo municipal. Alguns buscam a reeleição e outros retomar ou chegar ao poder pela primeira vez. As medidas tomadas pelas prefeituras para conter o coronavírus ou salvar a economia estará no centro do debate das eleições.
Muitos candidatos a reeleição sabem que sua postura na administração das ações do poder público neste momento será julgada posteriormente. Muito difícil prever quais os resultados destas medidas até novembro e dezembro, quando a eleição se decide. Pode ser que prefeitos que tomaram medidas de restrição sejam condenados por quem perdeu sua empresa ou emprego neste período. Não serão poucos.
Por outro lado, há aqueles que buscam afrouxar ao máximo as medidas para atender a quem pressiona para não perder o cotidiano. Muitas ações de flexibilização acabam sendo tomadas como medidas eleitoreiras. Gestores públicos que desejam ter o voto dos vivos e não levam em conta os riscos de aumentar a letalidade da doença. Para estes, o que importa são os eleitores que vão chegar para apertar seu número na urna eletrônica.
A vida será o tema desta eleição, sem dúvida. O que se espera é que o tom do debate tenha mais lucidez do que interesses imediatos e discursos de impactos precários. Já da postura dos candidatos durante a pandemia, se espera que eles respeitem a vida. Porque, todos sabemos, o perfil de algumas lideranças que buscam o poder refletem a precariedade da lógica vulgar de muitos. Para ter os votos dos que têm uma “mentalidade manca”, para alguns candidatos, vale tudo.