Ontem Maringá recebeu famílias de refugiados venezuelanos. Motoristas que já estavam trabalhando em uma empresa de Maringá puderam reencontrar a família, 12. Em breve mais 26 famílias serão recebidas. É o sonho de recomeçar.
Migrar é uma constante social. Sempre existiu na história da espécie humana. O desenvolvimento humano não existiria se não fosse as migrações. O deslocamento permitiu a construção da civilização. Contudo, nem sempre migrar é algo voluntário.
No caso dos venezuelanos que migram para o Brasil é um exemplo do deslocamento impulsionado pela impossibilidade de ficar na “terra natal”. A crise econômica, a perseguição religiosa ou política, a busca por uma vida melhor são sempre alguns dos fatores que levam a saída das pessoas de seu país de origem.
Na atualidade a imigração tem se intensificado. No passado, a notícia sobre terras de bem-estar, lugares de fartura, o que se convencionou chamar de “Eldorado” eram lendas. Hoje são transmitidas via satélite. Por mais que parte considerável destas imagens de lugares maravilhosos sejam fruto de uma campanha publicitária fantasiosa. Há quem acredite nos argumentos visuais das imagens editadas da “terra dos sonhos”.
Não é por acaso que onde a imigração se processa em grande escala os conflitos ocorrem fundados no radicalismo. O ultranacionalismo, o xenofobismo e o racismo emergem. Uma busca de defender o que alguns consideram como “sua pátria” do invasor. Uma defesa tola daquele que é filho de imigrantes. O que o diferencia daquele que combate é ter chego antes.
O ato de receber os venezuelanos, através da Missão Acolhida, do Exército Brasileiro, apoiada pelo governo federal, há uma demonstração de que temos que receber o refugiado, o imigrante, dar a eles uma possibilidade de recomeçar a vida. Acreditar que podemos não ser o sonho do Eldorado tão decantado nas lendas, mas temos a possibilidade de se conviver e receber em um país que é o maior exemplo de imigração do planeta, com o maior encontro de nações e fruto da miscigenação.