A ética sempre foi uma busca de fazer um bem maior, mesmo que em atos menores. Preservar uma sociedade com ações de indivíduos que tem como responsabilidade a garantia do bem-comum. O respeito muitas vezes ao um outro que se quer sem conhecer. Por mais que se praticarmos o bem a quem conhecemos, já um grande feito.
Renunciar a um benefício para si em prol de outros. Aqueles que inocentes, podem ser prejudicados pelos nossos atos. A ética é colocar na balança o que realmente pesa e tem valor na ação. Fazer escolhas.
Platão acreditava que o homem ético na política deveria renunciar aos benefícios pessoais. Não deveria ser beneficiado materialmente pela função que exerce. Não deveria “tocar em ouro”, como afirmava o filósofo grego.
Inclusive, para Platão, nem deveria ter família. Pois poderia se corromper e ser persuadido a beneficiar os seus, deixar de ser imparcial, justo. Ter a razão dominada por impulsos e desejos.
A ética de Platão se mostrou desumana. Difícil de ser seguida. A Grécia Antiga, onde vivia o pensador, tinha cidades menores com poucos com acesso a política. Não vivia a democracia de nossos dias carregada de variáveis e tantos outros. Uma sociedade com tantos hábitos culturais e tendências humanas.
Porém, a ética não se perdeu e fazer o bem comum é possível. Não vivemos em um ambiente do cada um por si. Há um fator que liga a todos e uma condição comum dependendo de cada um.
Existem valores que devem ser preservados. Temos que agir de forma racional e não nos deixar levar pelas paixões e desejos. Por mais que sejamos um animal político, não podemos ser arrastados pelos instintos.
Liberdade não é cada uma faz o que quer e o que bem entende. Isso se chama anarquia. E a culpa não é da democracia, mas da falta de limites e respeito as instituições que a preservam. Entender que nossas escolhas são feitas dentro de uma possibilidade que não somos nós quem as criamos, mas sim nossa relação com os outros. Sem elas não seríamos livres.