Trânsito denuncia nossas intenções
Acidentes de trânsito mostram o perfil de uma cidade. No “vai e vem” das ruas tem muito da identidade do lugar. Quem está circulando e as condições em que circula denunciam fragilidades, carências e excessos.
O comportamento abusivo ainda é o principal responsável pelos problemas no trânsito. Porém, se cria a oportunidade para o abuso naquilo que o trânsito pode oferecer.
Em Maringá, no noroeste do Estado, uma jovem de pouco mais de 20 anos morre ao ser atropelada por um ônibus ao atravessar uma preferencial conduzindo um patinete. O semáforo estava aberto para o coletivo.
Modais estão mudando é preciso mudar o trânsito
O número de patinetes tem crescido nas cidades brasileiras. Um meio de transporte barato e econômico. Por ser elétrico, acaba atraindo quem deseja uma locomoção rápida, de fácil manuseio e eficiente. O problema são os riscos que este meio de transporte oferece.
Por que há riscos? Porque eles são proporcionais ao uso em um ambiente que não foi feito ou é usado de forma adequada. As vias públicas são ambientes de domínio dos automóveis. Elas ainda não estão organizadas para receber meios de transporte como patinetes elétricos, bicicletas e, mesmo, os pedestres.
Outro ingrediente é a educação no trânsito. A conduta de cada um deveria ser pautada no princípio que a legislação estabelece. Proteger os mais frágeis. O pedestre, o ciclista, aquele que está de patinete. E não é isso que acontece. Tente atravessar uma faixa de pedestre em uma via movimentada e você verá a falta de educação.
Há uma distância significativa entre as leis de trânsito, aquilo que deve ser a conduta das pessoas e como ela realmente se dá no dia a dia. O que se aprende nas autoescolas não são os parâmetros de conduta em várias situações práticas na convivência com os modais.
Diante de um ambiente como este, marcado pelo abuso e improviso, difícil não colhermos acidentes.