Há o discurso da preocupação com o futuro. Costumeiramente falamos da importância de nos prepararmos para o amanhã. Contudo, a grande maioria de nós vive um dia atrás do outro. Não estamos construindo o futuro quando olhamos para os nossos hábitos. Estamos em plena sociedade do imediato. Tudo é o agora.
No imediatismo sustentamos nossa decisão no instinto. A reação para o agora não tem comprometimento com o depois. A racionalidade não é critério para algumas das decisões diárias e mais importantes que tomamos. Não compreendemos a importância do hábito na definição do que estamos construindo diariamente e lentamente ao longo do tempo.
O alerta é para a influência da construção de nossa vida pelos dias. Os comportamentos cotidianos e pouco pensados podem gerar um efeito muito maior em nosso futuro do que temos consciência. Nossos planos mirabolantes, ou aqueles considerados de extrema importância, se consolidam ou são minados pelos nossos hábitos.
Nossos hábitos já não são pensados. Apenas reproduzimos diariamente o que consideramos natural. Praticamos com uma constante espetacular ações que por se reproduzirem com tanta intensidade faram um efeito significativo para o bem ou o mal de nossa vida. Logo, o futuro não é um projeto distante que se faz necessário uma mudança drástica de atitude. E a reformulação do comportamento diário. Aquele que não damos o devido valor e tem um efeito devastador.
Cuidado com o discurso da “grande tacada”. A espera de que algo vai acontecer e mudar o meu destino. A vida se muda com ações pensadas, com uma construção lógica, como resultados plantados. Contar com a sorte é dar espaço para o azar. Da mesma forma que esperamos milagrosamente uma solução, vamos nos enchendo de problemas que se acumulam por não serem resolvidos.