Lições não aprendidas, esta é a condição quando se passa inúmeras vezes pela mesma experiência e não se consegue compreender a verdadeira regra do jogo. O que há além da aparência, da sensação. Precisamos estar mais atentos a lógica que move as coisas.
O presidente da república, Jair Bolsonaro, vai substituir seu chefe da casa civil. Sai mais um militar da reserva e entra agora o líder do Progressistas, partido que tem apoiado o presidente, um dos principais nomes do centrão, Ciro Nogueira. Efetivamente o presidente se submete ao congresso.
Ele faz o que sua antecessora, Dilma Rousseff, não fez e pagou um preço caro por isso, o reconhecimento das forças parlamentares que geram governabilidade. A euforia da moçada da bala e o discurso golpista exaltando as forças armadas não deu certo. O presidente reconhece que o momento é de mudança rápida de tática para garantir a governabilidade.
Podemos esperar um presidente que resolveu ceder ao jogo do poder ao qual ele tanto fez críticas como candidato. As manobras agora são de fazer o esforço de eficiência nas medidas discutidas com o legislativo e gerar uma barreira contra as acusações que possam ameaçar o governo. A recondução de Augusto Aras a procuradoria geral da república é uma demonstração disso.
Outra medida esperada com a reforma é o renascimento do Ministério do Trabalho, hoje uma secretaria do superministério da Economia. O presidente que fortalecer a imagem do emprego, da retórica do trabalho e do trabalhador. Ele se movimenta para ampliar tentáculos de sustentação de todas as formas.
Por mais que alguns chamem de “pequena reforma”, o presidente está mudando de curso para buscar ser candidato viável e gerar um ambiente mínimo de apoio e recuperada de aceitação no poder.
Não podemos esquecer que Bolsonaro está sem partido. E a busca de ter um exclusivamente seu pode cair em ruínas se o desgaste aumentar. Podemos assistir o presidente que começou rejeitando convites de siglas ficar sem opção diante de inúmeras portas fechadas.