Com o que devemos nos preocupar? Esta é uma pergunta difícil de responder diante dos interesses de cada um.
Há aqueles que preferem as coisas práticas e imediatas da vida. Se é para se preocupar com alguma coisa, afirma estes, é melhor que seja para resolver o que precisamos e não ficar delirando sem solução.
Já outros preferem ter um olhar analítico e além da prática e estão atentos aos sentidos das coisas. Qual o significado dos atos e o que eles expressam, porque devemos agir de forma “A” ou “B”. O que está por de trás das coisas é mais importante do que as coisas em si, é a preocupação de outros.
Porém, existe um outro tipo de seres e suas preocupações, os que chamo de alucinados. Os que veem o que não existe e constroem uma realidade somente sua. O desespero da crença que cega aos olhos e faz da realidade uma consequência do que deseja e não como ela realmente é. De antemão aviso, é difícil lidar com este ser humano.
Por isso, os dois primeiros são essenciais em uma democracia. Eles são passíveis do diálogo entre a ação e seu significado. Nos dois casos, aquele que prefere os fatos e os que desejam entender o seu significado, a realidade é o ponto de partida de suas considerações.
O problema está em quem alucina. Age orientado por uma realidade que não existe. Radicaliza e distorce a verdade. Para esse, não há espaço para diálogo, ele prefere considerar que toda a crítica ou oposição é ato de quem precisa ser eliminado. O assustador é que estes seres não são poucos.