Está em andamento o julgamento de três pessoa acusadas no envolvimento do assassinato do auditor fiscal José Antônio Sevilha. Um dos envolvidos, o mandante do crime, é um empresário incomodado com o serviço do auditor. Algo típico no país. Quantos não se incomodam com o trabalho de fiscais e gostariam de eliminá-los? Nem todos vão para as vias de fato.
O crime ocorreu em 2005 e as investigações foram encerradas em 2007. Só foram retomadas por pressão do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco). O que de certa forma demonstra a pressão que deve se fazer para se ter uma justiça que deveria ocorrer normalmente. Se não se pressiona não se tem resultado.
O julgamento do “Caso Sevilha” se tornou algo emblemático. Um símbolo para os auditores fiscais que tem uma das profissões mais perigosas do país. Ligado a fiscalização tributária e trabalhista, muitas das ações dos auditores esbarram no abuso de pessoas incomodadas com a fiscalização e dispostas a fazer valer seus interesses acima da lei.
A cada julgamento com esse, que se espera a condenação dos envolvidos no assassinato, se tem uma vitória contra a ilegalidade no país. A qual é legitimada pela falta de punição. E, por isso, gera o hábito da prática ilícita.
Quantas empresas não tiveram ascensão por ter a condição do abuso. Burlar a regra é para uma parte de autoridades e empresas um direito acima da lei. O poder econômico ou a influência política, estabelecidas ao longo da história do poder no país, justificam para muitos os excessos cometidos.
São vitórias na Justiça, condenando os culpados, que se constrói um novo hábito, o de respeito à lei e ao trabalho de quem fiscaliza. Se respeitar as regras e se manter sempre dentro do direito de cada um. Este é o ambiente necessário para se ter a garantia de respeito ao que se faz, obedecer ao que se deve, onde quer que se esteja.