Problemas nasceram para serem enfrentados e resolvidos. Devemos ter a capacidade de encarar os dilemas. O que o mundo menos precisa na atualidade é de nossa covardia. Estas afirmações exigem diante da crise a capacidade de resolução, não de lamentação.
A covardia tem se transformado em ato constante na atualidade. Se apequenar diante dos problemas virou “rota de fuga” para uma porção significativa das pessoas. Ser a vítima das circunstâncias acaba por nos colocar na lista dos que merecem atenção ou perdão.
O Brasil é um país de formação cristã. Um grande número de brasileiros depositam suas esperanças na doutrina religiosa. Consideram um princípio fundamental para separar os justos dos injustos, os errados dos certos e definir uma ética necessária de conduta diante dos dilemas que a vida nos dá.
De certa forma, as leis também devem ser seguidas e serem para todos com a mesma crença disciplinar que o ato de fé demonstra. O que vale para mim vale para o outro. Se ninguém está livre da lei de Deus não deve estar também da lei dos homens.
O grande problema da atualidade é que tanto a ética religiosa como a legislação estão abrindo espaço para a personalização. Abrimos exceção para tudo e não consideramos a necessidade de que todos devem estar subordinados às mesmas regras.
Há uma leva de pessoas defendendo a essencialidade, mas não defendendo o peso do que isso significa. Veja a questão da vacinação. Há um grande número de categorias profissionais que se consideram essenciais e necessitam de prioridade para serem imunizadas. Porém, somente diante da necessidade de vacinação. No peso e continuidade das atividades normais, na cobrança da execução do trabalho, no exercício e responsabilidade do ato a mesma essencialidade já não é tão defendida.
Se o fiel não quer se subordinar a regra que os dogmas exigem e busca uma igreja que aceite seus atos como santos, no dia a dia todos usam a si como medida e exigem aos envolvidos a crença de que suas visão precária do mundo seja considerada uma verdade universal.
Precisamos exigir a responsabilidade que a cada um compete. Não podemos mais ficar abrindo espaço para contínuas exceções. Nas escolhas que fazemos há que se ter a responsabilidade das consequências. Precisamos educar as pessoas a compreenderem que temos que viver subordinados às regras coletivas. Não podemos nos eximir de assumirmos a nossa responsabilidade. Se queremos o bônus, temos que estar cientes do ônus.