Todos nós já ouvimos falar da frustração. Outros, já viveram. Estes sabem a importância que ela tem para a construção de um ser humano ciente e consciente. Só quem se frustrou tem a dimensão do quanto há limites e como eles podem ser superados. Já, a superação depende do ato de enfrentar o problema e não fugir dele.
Adultos que honram o tempo de vida que têm conseguem valorizar a frustração como condição vital de educação. As inúmeras vezes que o desejado não ocorreu, aquilo que se esperava de consequência de um ato não se realizou. Neste momento, quando a frustração se instala há duas escolhas. A primeira é chamar a frustração de derrota, perda, recuo. A segunda é entender que mais uma etapa no caminho que está se construindo foi alcançada.
Logo, a frustração é condição natural e necessária. Ela não pode ser evitada e deve ser enfrentada. Existem formas diferentes de encarar as adversidades. E isso faz toda a diferença. O resultado da ação nem sempre pode ser previsível, mas a atitude que se toma é determinante. Temos que reagir, o que não significa agredir ou enfrentar de forma desesperada os obstáculos que surgem, os contratempos que nos afetam.
A coragem não se mede pela ousadia do ato, mas a determinação em buscar o que se quer. A insistência não perseverança. Por mais que nos dicionários elas possam ter o mesmo significado. Enquanto a perseverança implica na busca com uma constante reflexão e revisão de estratégia, metas e objetivo. A persistência é manter o mesmo ato, cumprindo as mesmas metas e na busca do mesmo objetivo.
Estamos diante de um momento de frustração. Ela tem um significado diferente para todos nós. O que não significa que não deva ser compreendida e aprendida. Este é um tempo de lição. Uma exigência de mudança. Pode ser nas estratégias de busca ou mesmo de rever o que queremos. Mas não seremos os mesmos. Os que permanecerem com os mesmos atos, insistirem, ficaram para trás.
Porém, vale lembrar, que recuar não é sinal de derrota ou desistência. Pode ser uma necessidade estratégica, desde que não se fique nesta posição por muito tempo. Ato pensado não é consequência da adversidade. Tem que se ter um propósito mesmo quando se dá um passo para se recompor ou rever uma ação.
Há crianças e infantilizados. O que não significa ser adulterado. Uma coisa são as vítimas e a outra é a vitimização. A pandemia nos trouxe adulterações, fez e faz vítimas. Porém, os que se consideram prejudicados sem entender que é necessário reagir de maneira inteligente enfrentando o problema agem como crianças mimadas. Os que preferem fazer as coisas como se nada estivesse acontecendo são “crianças mimadas”.
Estamos diante de uma oportunidade de aprender. Não podemos perder a chance de revermos quem somos, nossos planos e estratégias, nossas metas e objetivos. Podemos e temos o direito de reavaliar se o significado das coisa ainda são os mesmos e se a maneira como agimos ainda tem os mesmos resultados. Tudo isto é válido. O que não tem qualquer valor é a derrota, a fuga através da ilusão. Isto é coisa de criança. O mundo agora precisa de adultos mais do que nunca.