A vida tem um valor. Mas como medir o valor da vida?
A vida se mede na intensidade que a morte traz a falta. Sim, parece confuso o que disse, mas repito, de outra forma, a vida expressa seu valor quando aquele que se foi deixa uma falta.
E não é qualquer falta, é a falta que faz. Bem diferente. Não é apenas a ausência e sim um vazio que não se preenche. Aquilo que muito se fala no trabalho, que todo mundo é substituível não é verdade.
A falta que faz é exatamente o espaço que nunca se preenche e que ficará como lembrança de quem se foi. Se isso ocorrer, a vida tem valor.
Não acredito na frase, “Rei morto, rei posto.” Ninguém é igual a ninguém, e os melhores nos fazem falta e só quem perdeu sabe a falta que faz.
Isto vale para pessoas, isto vale também para condições e relações. Isto vale para quase tudo.
Vivenciar a luta pela conquista de algo importante para nossas vidas nos faz dar valor ao que ela representa e se cria com isso uma vida valorosa. A boa construção é feita por quem tem no calo da vida um marca de saber o quanto as coisas custam.
Meu avô sempre dizia que pela palma da mão de um ser humano se conhece seu valor. E ele não falava da mística leitura das mãos e sim dos calos de quem trabalha.
Hoje, há muitos que desprezam o que tem e não tem a dimensão do quanto custa o que coloca em risco. Pessoas, relações, instituições e contextos estão ameaçados hoje.
Os radicais de plantão que gritam aos quatro cantos por mudança não tolerariam as consequências da ruptura do que tanto pedem. Não sabem o valor que a liberdade tem.
Criancinhas mimadas que brincam com a vida e não suportariam o peso da morte da liberdade. A mesma liberdade que não sabem o valor que tem.