Hoje é o último dia do ano. As promessas de mudanças sempre tomam conta de nossa mente em relação ao ano que vem. O que não queremos mais fazer e principalmente o que desejamos ser, ter, mudar. Mas, por onde começar a mudança?
A primeiro, mudar não é desejo. Aquilo que gostaríamos não serve como parâmetro para o que podemos fazer. Não adianta ficar repetindo aos quatro cantos que neste ano que vem você vai ou não vai mais fazer “tal coisa”. Não funciona como uma escolha simples de “apertar” ou não o botão de “ligar” ou “desligar”.
Segundo, mudar não é uma percepção que se tem de si mesmo ou que os outros podem perceber. Mudança não é o resultado do comportamento que se tem. Mudar não são as consequências, mudanças é a essência do que dá sentido ao comportamento praticado.
O fundamento está em agir porque se acredita no que se faz e se percebe diferente diante do que antes não era visto da mesma maneira. A mudança está fundamentada em uma palavra chamada confiança. Sem ela não há nada que se possa fazer para ser diferente.
Você pode me perguntar, como se adquire confiança? Entendendo a si e aos outros. Percebendo o que nos cerca e o que nos deu sentido de conviver com quem convivemos e agir da forma que agimos. Mudar e estar ciente de si e das condições que nos fazem de uma certa forma. Colocar a realidade diante dos olhos.
Não estou defendendo o direito a não sonhar, temos que tê-los. Só não podemos transformar sonho em realidade se não tivermos a dimensão do quanto estamos construindo uma “escada” ou um “caminho” para chegarmos onde desejamos ou flutuando em um espaço vazio prontos para o “tombo” da decepção.
Logo, quanto mais consciente vamos ficando daquilo que nos cerca, a mudança tão desejada nos atinge. Ela invade, se propaga, contamina e realiza o que tanto buscamos, fazer diferente. Como construção que necessita de ingredientes, de ação, paciência e reflexão, com doses de um sentimento necessário, chamado confiança em nós e no que somos.
Feliz 2020!