Na política como na paixão as pessoas gostam de apostar no extremo. A desilusão com um relacionamento é curada com o oposto, que no fundo acaba sendo a mesma coisa. Por isso, a diferença entre estar apaixonado e amar.
O que tivemos nas últimas eleições presidenciais foi a dose do extremismo que agora nos faz repensar se foi a cura ou o agravamento da doença. Se o que tanto desejávamos para ver resolvida a desilusão não foi outra causa perdida.
O que nos faz ter escolhas melhores é refletir no tamanho da ferida a ser cicatrizada. Os erros amadurecem desde que estejamos dispostos a admitir que falhamos. Não se cura a dor com a mesma receita que provocou a doença de maneira invertida.
Na vida, como na política, não é um jogo de bandido e mocinho. Não se agrada a todos e nem todos são iguais ou desejam a mesma coisa. Por isso, a democracia não é perfeita e das formas de governo é a menos ruim.
Tempos passionais
A falta de critério para se falar do que vivemos gera um ambiente de passionalidade. A observação precária da vida leva muitos a terem opiniões superficiais sobre temas complexos. O que acaba por gerar conflitos e contradições.
O ambiente de crise gerado pela pandemia não melhora o temperamento da grande maioria das pessoas em lidar com a avaliação da gestão pública. O ambiente de insegurança tende a retrair investimentos e a piorar o que já não está bem. A confiança cai.
Logo, nada de bom se tira de um ambiente de passionalidade. O que se colhe nesta turbulência é incerteza.