Então, o fulano ou o beltrano prestam ou não prestam? Vale confiar no ciclano? Na minha opinião o mundo deveria ser assim ou assado. De repente, o umbigo de certas pessoas se transforma no centro do universo. Colocamos o mundo na pauta e vamos destilar sobre a existência alheia.
A questão é: “Quem somos nós para nos darmos este direito?”.
Nossa vida cheia de tropeços, falhas, contradições, “pecados” ocultos, é vendida como se fosse esteticamente perfeita. Somente os tolos de plantão é que compram esta ideia. Como diz o ditado, “o sujo falando do mal lavado”.
A visão particular do mundo não tem o direito de julgar a vida alheia. Nossa visão é precária sobre a existência das pessoas e se quer temos a compreensão de que o comportamento de uma pessoa não serve como parâmetro para o julgamento dos demais. Não podemos julgar o todo pela parte.
Caímos na cilada de defender determinadas ideias exatamente porque consideramos que nossa experiência pessoal pode nos dar a dimensão do que é vida social. Não pode. As questões que chegam até nós são uma visão pequena do contexto em que determinados comportamentos estão inseridos e não temos a percepção clara do que os move.
Os debates impulsivos que travamos sobre temas relevantes, para muitos, os argumentos são sustentados nesta percepção reduzida da realidade. Fora isso, há um preconceito imenso nas considerações que fazemos sobre os fatos e as pessoas. Os chamados “rótulos”. Muitas vezes, rotular nos exime de ter que justificar nossas posições sobre determinados temas.
Por isso, cuidado com seus julgamentos. Procure limitar suas considerações sobre o mundo e pensar inúmeras vezes sobre as posições que assume diante de determinados acontecimentos. Cuidado. Se algo lhe incomoda, busque conhecer melhor a questão em fontes seguras, que tenham uma reflexão com argumentações mais profundas.
Não busque os seus aliados, defensores dos mesmos critérios míopes. Temos o péssimo hábito de buscar quem defenda as mesmas posições que as nossas para nos sentirmos corretos em nossos julgamentos e decisões.
A luta pela diversidade e respeito as diferenças exigem uma postura de compreensão e reflexão sustentada em responsabilidade. O crescimento de um ser humano depende de seu aprendizado diante de suas experiências. Mas, para isso, é preciso que ele se comprometa a não se considerar o “centro do universo” e entender, que há inúmeras formas de análise do mesmo ato, quanto mais complexo ele é.