Conta a história que o rei precisava escolher um ministro, precisava selecionar entre os homens considerados mais competentes do reino um que pudesse ajudá-lo a resolver os problemas que atingiam a população.
O monarca mandou convocar todo aquele que se considerava apto, competente para o cargo. Vários intelectuais, cientistas, homens de negócios e grandes personagens de destaque do reino vieram para passar pela seleção do governante.
O rei colocou os candidatos diante de uma porta imensa de metal, fechada. E pediu para cada um na sua vez que tentasse abrir a porta. Os candidatos usaram de todas as maneiras que podiam, uns a força, outros ficaram analisando a fechadura, olhando para ver se encontravam algum segredo que levasse a porta a se abrir.
Depois de várias horas, apenas um último candidato sobrou, desconhecido e cego. O monarca intrigado perguntou, por que achas que pode resolver o problema que os homens mais hábeis do reino não conseguiram. Apenas porque considero que tenho que ter a oportunidade de tentar.
O governante o colocou diante da porta e, como já tinha feito com todos os outros, pediu para que abrisse a porta. O homem cego passou a mão pela porta, sentiu com os dedos que havia algo de estranho, encostou o ouvido e percebeu, batendo suavemente na superfície de metal, um vácuo, levemente, apertou sobre a sobressaliência que revestia a parte oca. Sedendo, a trava da porta se movimentou e abriu.
A sala que a porta selava estava repleta de tesouro, necessária para o monarca investir e salvar a vida de muitos súditos. Deixada como herança pelo pai, mas que apenas alguém de “visão” poderia abrir. O segredo seria encontrar um ser humano com este talento para salvar o reino diante da crise.
Estamos sempre a procura de respostas para os problemas circunstanciais. Sempre olhando para o óbvio e, por isso, muitas vezes, não conseguimos encontrar a resposta. Temos, diante da contexto problemático, pouca sensibilidade de perceber os detalhes, onde pode estar a chave para nos levar a solução da crise que estamos vivendo. Também, por muitas vezes, acreditamos e apostamos nas pessoas que parecem ter as qualidades óbvias para resolver um desafio, contudo, a visão tradicional sobre tudo pode ser o limitador para enxergar o que literalmente a maioria das pessoas não vê.
Seria isso que nos falta, ver e perceber as circunstâncias de outra forma? Quem sabe?